segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


O Denel AH-2 Rooivalk (Kestrel Vermelho) é um helicóptero de ataque dedicado desenvolvido e fabricado na África do Sul pela Denel Aerospace Systems, visando equipar a South African Air Force com um helicóptero de ataque dedicado de fabricação nacional, pelo receio dos embargos internacionais a venda de armas ao país. O custo unitário do AH-2 ARooivalk é de 40 milhões de dólares, grande parte pela sua pequena produção em série, atrasos e excesso de custos no desenvolvimento. O custo de produção do AH-2 A para o programa turco ATAK (Attackand Tactical Reconnaissance Helicopters) onde o vencedor foi o AgustaWestland / TAI T-129 ATAK para 90 vetores era de cerca de 15,55 milhões de dólares a unidade, onde os custos do desenvolvimento e produção iriam ser dissolvidos sobre uma grande quantidade de vetores, reduzindo ainda mais o custo unitário do vetor).

O AH-2 A foi desenvolvido desde o principio para ser operado e suportar o ambiente quente, seco, áspero e sem infraestrutura da África, se adaptando muito bem a estas condições

Em 1977 a ONU aprovou e tornou obrigatório o embargo à venda de armas ao regime do apartheid. Graças ao embargo internacional e a real necessidade das forças armadas sul-africanas o país desenvolveu uma completa e competente indústria bélica, que foi construída principalmente com a ajuda clandestina de Israel. Com a experiência adquirida pela África do Sul durante as batalhas na década de 70 na Angola, a força aérea sul-africana sentiu a necessidade de possuir helicópteros de ataque dedicados para compor sua força de ataque antitanque. Porém, com os embargos internacionais a África do Sul se viu obrigada a desenvolver e construir localmente seus próprios meios de combate; então em 1981 a South African Air Force emitiu contratos para o desenvolvimento local de um helicóptero de ataque. Esta requisição resultou em dois tipos de vetores designados XH-1 e XTP-1 ambos desenvolvidos pela Atlas Aircraft Corporation (predecessora da DenelAviation - em abril de 1996 a Atlas foi absorvida pelo grupo DenelLtda). Em 1984 iniciava o programa Rooivalk com base na requisição solicitada pela SAAF.

O protótipo Atlas XH-1 Alpha foi um demonstrador de conceito desenvolvido a partir da fuselagem de um helicóptero utilitário leve monomotor Aérospatiale Alouette III, e foi importantíssimo para a continuação do desenvolvimento do um helicóptero de ataque sul-africano, pois provou que tal empreitada seria possível

O primeiro protótipo foi designado Atlas XH-1 Alpha sendo um demonstrador de conceito desenvolvido a partir da fuselagem de um helicóptero utilitário leve monomotor AérospatialeAlouette III. Os engenheiros mantiveram o motor e os componentes dinâmicos do vetor, mas decidiram efetuar várias modificações no protótipo, como a inversão da posição dos trens de pouso triciclo, onde os dois trens de pouso principais foram montados um em cada lado da estrutura do vetor e o terceiro abaixo do rotor de cauda; o cockpit foi totalmente alterado do padrão sidebyside (lado a lado) utilizado no Alouette III para um em tandem com o piloto atrás e acima do operador de armas. A estrutura do vetor foi construída em parte por materiais compostos e também foi integrado um canhão GA-1 Rattler 20 mmcom capacidade para 1000 projeteis. Este canhão foi montado sob o cockpit do operador de armas, e possuía uma mobilidade de 120º azimute e +10º e -60º de elevação. O XH-1 realizou seu primeiro vôo no dia 03 de fevereiro de 1985 e foi testado rigorosamente e continuamente por 12 meses, onde se cogitava sua produção seriada, porém em maio de 1987 os responsáveis pelo desenvolvimento do XH-1 disseram que ele foi apenas o primeiro passo para o desenvolvimento do helicóptero de combate do futuro nacional. O XH-1 foi importantíssimo para a continuação do desenvolvimento de um helicóptero de ataque sul-africano, pois provou que tal empreitada seria possível. O único XH-1 Atlas é preservado desde o final dos anos 80 no museu da South African Air Force.

O Denel XTP-1 Beta também foi um demonstrador de tecnologia desenvolvido a partir de um helicóptero de transporte médio Aérospatiale SA 330 Puma, que foi convertido pela Denel (Atlas) como vetor de ataque para ser utilizado como bancada de testes e para avaliação dos sistemas dinâmicos do futuro Rooivalk

O segundo protótipo foi designado Denel XTP-1 Beta sendo também um demonstrador de tecnologia desenvolvido a partir de um helicóptero de transporte médio Aérospatiale SA 330 Puma, que foi convertido pela Denel (Atlas) Aircraft Corporation como vetor de ataque para ser utilizado como bancada de testes e avaliação para os sistemas dinâmicos do futuro Rooivalk. Em 1987 o primeiro dos dois XTP-1 Puma foi convertido e utilizado para avaliar os motores, avionicos, armamentos e sistemas de controle em uma estrutura maior que a do vetor anteriormente utilizado para os testes (XH-1). Estes protótipos também tiveram integrados peças construídas em materiais compostos, utilizadas principalmente na estrutura e no rotor principal. No total foram convertidas 2 unidades que tiveram as portas lacradas para acomodar as duas asas que eram capazes de transportar cada uma até 4 PODs de foguetes de 68mm ou até 4 foguetes antitanque nas estações de transporte de armas sob sua estrutura e 2 mísseis ar-ar nas estações das pontas da asas. Este protótipo também era equipado com o canhão Kentron TC-20 20mm e com uma torre de sensores e sondas no nariz do vetor visando coletar dados e desenvolver os avionicos e sensores do vetor. Durante o desenvolvimento, os engenheiros constataram a necessidade de um motor mais potente visto o vetor ter a função de helicóptero de ataque dedicado, devendo ser o mais manobrável e potente possível.

Os três protótipos (XDM, ADM e EDM) realizaram mais de mil horas de vôo até dezembro 1998

Os resultados foram tão bons que convenceram a Denel e a SAAF que o conceito de vetor de ataque era praticável, iniciando assim o desenvolvimento do Rooilvalk, onde o passo seguinte foi o desenvolvimento do protótipo definitivo designado XH-2XDM (Experimental Development Model - Modelo de Desenvolvimento Experimental Rooivalk (posteriormente designado CSH-2, e mais adiante AH-2). O primeiro protótipo de pré-produção XH-2 XDM realizou seu primeiro vôo em11 de fevereiro de 1990. O XH-2 XDM utilizava o sistema de transmissão e os rotores do puma, que foram adaptados e aperfeiçoados para o vetor. O XH-2 XDM tinha como função testar os sistemas mecânicos do vetor.
Com a paralização dos combates em que o país estava envolvido, a SAAF interrompeu o programa, que foi posteriormente reaberto com fundos próprios, onde um segundo protótipo foi construído, sendo designado XH-2ADM (Advanced Demonstration Model - Modelo de Demonstração Avançado), realizando seu primeiro vôo durante o segundo trimestre de 1992 tendo todos os avionicos e sistemas de armas totalmente integrados e funcionais. OXH-2 ADM foi incumbido da função de bancada de testes para testar os armamentos, incluindo o míssil antitanque Mokopa e com o canhão Vektor GI-2 de 20 mm.
O terceiro protótipo de pré-produção XH-2 EDM (Engineering Development Model - Modelo de Desenvolvimento Aplicado) realizou seu primeiro vôo em 17 de novembro de 1996. Este protótipo foi equipado com supressores IR que reduziram substancialmente a assinatura infravermelha do vetor e teve uma maior utilização de materiais compostos na construção de sua estrutura e fuselagem. O XH-2 EDM podia ser equipado com até 16 mísseis antitanque Mokopa, e recebeu os novos sistemas de navegação e unidades de exibição, além de um sistema HMD (Helmet Mounted Display) Thales TopOwl, que é um HMD que pode ser equipado com um sistema de visão noturna NVG (Night Vision Googles) integrado. Os três protótipos (XDM, a ADM e EDM) realizaram mais de mil horas de vôo até dezembro 1998.
Em julho de 1996 a Denel conseguiu um contrato para a produção de 12 Rooivalk para a SAAF, sendo designados AH-2A, onde o primeiro Rooilvak de produção C/N 1001 – 670 deixou a fábrica em 31 de julho de 1997, realizando seu primeiro vôo público no dia 17 de novembro de1998, e sendo entregue a SAAF no mesmo dia, se tornando operacional no 16º esquadrão da SAAF em 06 de janeiro de 1999. A última das 12 unidades de série encomendadas foi entregue em 2001.

Embora o AH-2 Rooivalk pareça um vetor totalmente novo ele é baseado no Puma, utilizando o sistema de propulsão modernizado, e os sistemas de transmissão e de rotores adaptados

OAH-2 A foi desenvolvido desde o inicio para suportar o ambiente quente, seco, áspero e sem infraestrutura da África, o que acabou gerando um helicóptero capaz de operar em regiões sem a mínima infraestrutura, necessitando apenas de um helicóptero médio equipado com fermentas básicas, poucas peças sobressalentes e uma pequena equipe de apoio em terra de apenas 4 homens para manter o vetor operacional em combate.
O AH-2 A teve como um dos objetivos prioritários ter uma elevada capacidade de sobrevivência, para tanto o mesmo foi projetado para ser um vetor com baixas assinaturas de RCS, IR, visuais e acústicas visando dificultar sua detecção. O Rooivalk está equipado com uma suíte de contramedidas eletrônicas e descartáveis totalmente integrada HEWSPS (Helicopter Electronic Warfare Self Protection System), que incorpora um sistema de alerta de radar RWR (Radar Warning Receiver), um sistema de alerta de laser LWR (Laser Warning Receiver), sistema IFF (Identification Friendor Foe - Identificação Amigo ou Inimigo) e dispensadores de Chaff e Flare. O vetor também está equipado com supressores IR nos dutos de exaustão dos motores, tanques de combustível autocolantes e com uma tela protetora no duto de admissão do motor para impedir a ingestão de detritos do solo - FOD (Foreign Object Damage - Dano Causado por Objeto Estranho), que possam causar avarias nos propulsores.

O Rooivalk possui uma característica interessante, ele pode ser equipado com dois “bancos”, um em cada lado do cockpit para permitir o resgate de uma tripulação de um helicóptero abatido, ou para o transporte de soldados de forças especiais

O AH-2 A possui uma estrutura primária monocoque construída em uma liga de alumínio e as estrutura secundárias, fuselagens e as lâminas dos rotores construídas em materiais compostos. A estrutura principal do Rooivalkutiliza a tecnologia anti-crash (anti-choque) com capacidade de absorção de impacto, que também é aplicada nos assentos da tripulação, que juntamente com o conjunto de trens de pouso principais que foram projetados para suportar o impacto uma queda vertical de até 6m/s, conseguem manter a tripulação a salvo em caso de uma queda com estas cargas.
O Rooivalk utiliza unidades de exibição com o conceito de glass cockpit visando à redução da carga de trabalho sobre a tripulação, para que a mesma possa se concentrar nas questões táticas da missão

O Rooivalk utiliza unidades de exibição com o conceito de glasscockpit visando à redução da carga de trabalho sobre a tripulação, que pode concentrar nas questões táticas da missão. O vetor está equipado com uma completa suíte de navegação e também conta com um sistema HMD (Helmet Mounted Display) Thales TopOwl, que é um HMD que pode ser equipado com um sistema de visão noturna NVG (Night Vision Googles) integrado, e um HUD (Head-Up Display) que prove informações de navegação que permitem o vôo Nap-of-the-earth (NOE) com baixo perfil de vôo seguindo a baixa altura, utilizando o mascaramento do terreno, se escondendo atrás das imperfeições do solo e das copas das árvores evitando a detecção pelos radares inimigos a uma altura de 15 metros.

O AH-2 A é equipado com o sensor giro estabilizado francês Sagem STRIX, que também equipa o moderno helicóptero de ataque Eurocopter EC 665 Tiger HAP, HAD e ARH

O AH-2 A é equipado com o sensor giro estabilizado Sagem STRIX, que fica montado sob o nariz do vetor e está equipado com sensores FLIR, câmeras CCD-TV, telêmetro laser com um alcance de 8 km, um designador laser, e um sistema de periscópio com visão ótica direta.

O AH-2 A possui um poderoso arsenal de ataque podendo ser equipado com até 16 misseis antitanque ZT-6 Mokopa e 2 misseis ar-ar MBDA Mistral

O AH-2 A utiliza como armamento primário o canhão Vektor GI-2 no calibre 20mm que possui uma cadencia de disparo de 700-750 tiros por minuto, tendo uma capacidade para 700 munições. Este canhão possui uma mobilidade de 120º azimute e +15º e -65º de elevação, tendo uma taxa de movimentação de 90º por segundo. O AH-2 também pode ser equipado com até 4 PODs lançadores de foguetes Hydra 70 19x70mm, com capacidade para 19 foguetes totalizando 76 unidades, ou com Hydra 70 9x70mm com capacidade para 9 foguetes Hydra 70 totalizando 36 unidades.No quesito misseis ar-solo o AH-2 pode ser armado com até 16 misseis guiados por laser semi-ativo Denel Dynamics ZT-6 Mokopa que possui um alcance máximo de 10 km e uma excelente precisão com um CEP de 30 centímetros. O AH-2 A também pode ser equipado com o míssil AGM-114 Hellfire com um alcance máximo de 8 km ou com o MBDA HOT 3 com um alcance máximo de 4,3 km. No quesito mísseis ar-ar o Rooivalk pode ser equipado com até 4 mísseis ar-ar MBDA Mistral com um alcance máximo de 6 km.

O AH-2 A pode transportar 1000 kg de carga externa em suas 6 estações de armas. O Rooivalk pode ser equipado com até 2 tanques de combustível externos com capacidade para 750 litros ( 198 galões)


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima:309 Km/h
Velocidade de cruzeiro:278 Km/h (
Alcance máximo: 740km (1335km com 2 tanques externos).
Taxa de subida: 798m/min
Fator de carga: +2,6 / -0,5 G
Altitude máxima:6100 m
Empuxo: 2 X Turbomeca Makila 1K2 com 2301 HP cada
Dimensões
Comprimento: 18,73 m
Altura: 5,19m
Diâmetro do rotor:15,58 m
Peso vazio:5.730 kg
Peso máximo de decolagem: 8.750kg

ARMAMENTO
Mísseis Ar-Ar: MBDA Mistral
Ar-Superfície: mísseis Denel ZT-6 Mokopa, AGM-114 Hellfire, MBDA HOT 3, Foguetes Hydra 70 19x70mm e Hydra 70 9x70mm.
Interno: 1x Vektor GI-2 20mm


Abaixo um vídeo de demonstração do AH-2 A


6 comentários:

  1. Pois é Wellington, a África do Sul está incorporada ao BRICs, seria (ou será) uma parceria e tanto.

    ResponderExcluir
  2. Probus é verdade a África do sul é um excelente parceiro tecnológico do Brasil, atualmente estamos desenvolvendo vários projetos com esta nação, incluindo o sofisticado míssil WVR A-Darter, mas poderíamos ampliar ainda mais as parcerias com a África do sul, principalmente no que se diz a sistemas de defesa antiaérea, helicópteros e aeronaves...
    Um grande abraço probus e um feliz carnaval...

    ResponderExcluir
  3. Oi Wellington, eu sei desta parceria com o Brasil e a África do Sul... mas, o que eu me refiro é uma parceria bélica entre os BRICs.

    Feliz carnaval meu nobre!!!

    ResponderExcluir
  4. Desculpe-me Probus, com toda a certeza uma parceria entre os BRICS em todos os campos incluindo o bélico, tecnológico, comercial e financeiro seria o ideal para estas nações amigas, que se fortaleceriam ainda mais pela união...
    Torçamos por isto....
    Um grande abraço Probus...

    ResponderExcluir
  5. Hola, soy el de helicopterosmilitares.blogspot.com
    http://defesasaereas.blogspot.com/
    Era para decirte que ya te enlazado el link de tu blog

    en mi blog de helicópteros.

    Gracias y un Saludo

    ResponderExcluir
  6. Hola, soy el de cazasdecombate y helicopterosmilitares, era para decirte, que tengo otro blog que va a estar dedicado a los mejores aviones militares y de guerra.

    y era si quieres para intercambiar enlaces, como ya lo hemos hecho en anteriores ocasiones,Para cualquier cosa ponme un comentario en mi blog, indicando tu pagina web, y en menos de 24 horas pondré tu enlaze.
    Muchas Gracias y un Saludo.
    http://avionesycazasmilitares.blogspot.com.es/

    ResponderExcluir