quarta-feira, 4 de agosto de 2010


O AgustaWestland A-129 Mangusta (Mongoose) foi desenvolvido para equipar o exercito Italiano com um helicóptero de ataque dedicado com capacidade antitanque. O A-129 foi o primeiro helicóptero de ataque dedicado totalmente projetado e construído na Europa ocidental.
O A-129 foi construído em três versões, A-129 Mangusta A Versão original de produção, A-129 internacional (AW-129) versão modernizada para exportação e a versão A-129 CBT versão modernizada para utilização no exercito Italiano. O A-129 Internacional tem um custo básico unitário aproximado de 15 milhões de dólares.

O A-129 foi desenvolvido para equipar o exercito italiano com um helicóptero de ataque dedicado, sendo o primeiro helicóptero de sua categoria totalmente projetado e construído na Europa ocidental

O conceito do A129 começou a tomar forma em 1978, tendo sua configuração final sendo definida em 1980, concluindo o projeto em novembro de 1982. No ano anterior foi divulgado o requisito operacional básico do exército italiano, visando um helicóptero para as funções de esclarecimento e ataque anticarro. Em 11 de setembro de 1983 ocorreu o voo do primeiro protótipo e em março de 1986 o primeiro voo do quinto e ultimo protótipo do programa, completando juntamente com os demais protótipos em 1987 a fase de testes do programa. Em dezembro de 1987 foi assinado um contrato para a produção dos primeiros 15 A129.

O Mangusta teve sua construção efetuada com materiais nobres e de alta tecnologia, como seu quadro estrutural construído em liga de alumínio e uma fuselagem construída em 50% por materiais compostos, o que reduziu significadamente o peso do vetor

O A129 Mangusta A teve como um dos objetivos prioritários ter uma elevada capacidade de sobrevivência, para tanto o mesmo possui uma estrutura composta por um quadro de liga de alumínio e uma fuselagem construída em 50% por materiais compostos, o que reduz significadamente o peso do vetor. A estrutura da cabine da tripulação e os sistemas vitais tais como motorização, tanques de combustível, rotor principal são blindados e resistentes a disparos de 12,7 mm. Os motores ficam bem espaçados um do outro para reduzir a probabilidade de danos simultâneos, e existem dois sistemas de combustível com capacidade de alimentação cruzada, capazes de funcionar de forma independente. O eixo do rotor e a caixa de marchas podem funcionar por 30 minutos sem óleo. Os tanques de combustível também contam com um sistema auto selante. O rotor principal não necessita de lubrificação, o que reduz o tempo de manutenção e eleva a disponibilidade do vetor. As pás do rotor são construídas em materiais compostos e são resistentes a disparos de 23 mm, e podem cortar galhos de árvores de até 15 centímetros (6 polegadas) de espessura.
O A-129 A era alimentado por dois Rolls-Royce Gem 2 Mark turboshafts 1004D produzidos sob licença pela Piaggio com a designação RR1004, possuindo uma potencia unitária de 1120 HP.
O A-129 A era armado com até oito misseis BGM-71B TOW e/ou PODs de foguetes Hydra 70 de70 mm ou SNIA BPD 81 mm Medusa de 81 milímetros. Em 1983 os A-129 A foram utilizados em combate real na Somália, a partir das experiências colhidas foram detectadas deficiências táticas em termos de capacidade de combate em determinados cenários. Foi constatada a necessidade de uma metralhadora, um sistema de posicionamento global via satélite, um sistema de navegação inercial- satélite e filtros de areia. Posteriormente o A-129 A foi utilizado nas operações de paz na Albânia em 1997, onde foram testadas novas modificações incorporadas ao A-129 A, como integração de supressores IR nos bocais de exaustão, e de um sistema de jammer IR AN/ALQ-144 A, além da integração de um POD HMP-250 fabricado pela FN Herstal equipado com uma metralhadora .50 com capacidade para 250 munições, que ficava posicionada em um dos pontos fixos das semi-asas. A-129 A era equipado com um sistema eletroótico composto por uma unidade de mira telescópica TSU (Telescópica Sight Unit), um sistema FLIR, um telêmetro lazer e um designador laser. O piloto utiliza um FLIR angular montado acima do nariz para voar à noite e com más condições climáticas. Porem mesmo antes do A-129 A operar na Somália, a Agugusta vinha estudando melhorias para o seu vetor, visando o mercado de exportação.

O A-129 A era armado com até oito misseis BGM-71B TOW, que juntamente com os PODS de foguetes satisfaziam as necessidades antitanque proposta para o vetor, porem o tornavam improprio para outros cenários táticos devido à falta de uma metralhadora

Em 1986 os governos da Grã-Bretanha, Itália, Países Baixos e Espanha assinaram um memorando de entendimento (MoU) para analisar uma versão modernizada do A-129, chamado JEHT ( "Joint European Helicopter Tonal" ). As modernizações incluíam motores mais potentes, um novo sistema de engrenagens e rotores, trens de pouso retrateis, sensores de melhor desempenho, armamentos mais poderosos e um canhão móvel. Porem em 1990 o Reino Unido e os Países Baixos desistiram do projeto quando os EUA decidiram adquirir o AH-64 Apache, o que levou ao desmoronamento do programa JEHT. Porem a Agusta não desistiu do projeto de sua nova versão e continuou o desenvolvimento de da mesma. Em 1988 antes do programa JEHT terminar a Agusta tinha realizado testes com as turbinas LHTEC (Light Helicopter Turbine Engine Company) T800, que desenvolviam 1200 HP, um novo sistema de transmissão e uma torre equipada com uma metralhadora de cano único calibre 12,7mm (.50).

O A-129 I teve toda a sua avionica modernizada, incluindo a integração de novos displays com conceito Glass cockpit, reduzindo assim a carga de trabalho da tripulação, desviando sua atenção para as questões táticas

Em 9 de Janeiro de 1995 a Agusta realizou o primeiro voo do A-129 Internacional, esta variante estava equipada com os propulsores LHTEC T800 e a nova torre OtobredaTM 197B equipada com o canhão General Dynamics M197 20 mm de 3 canos giratórios tipo Gatling. Esta nova versão também apresentava um novo conjunto de rotores de 5 pás ao invés de 4 da versão A-129 A, também possuía maior capacidade de combustível e uma avionica modernizada., nascia então o A-129 Internacional. Outras modificações foram incorporadas nesta versão, tais como uma avionica totalmente modernizada, integração de um sistema de posicionamento global GPS, sistema de navegação inercial (satélite-inercial), novas e poderosas unidades de processamento, novos softwares e a integração do sistema de visão noturna HIRNS (Helicopter Infrared Navigation System). Também foi integrado novos displays com conceito Glass cockpit, novos sistemas de comunicações e o vetor foi compatibilizado com a utilização de óculos de visão noturna.

O A-129 I é equipado com o sistema HIRNS, que é composto por um sistema FLIR de 2º geração, uma câmera CCD TV, um sistema de telêmetro laser e um designador laser, que são montados em uma torre giratória sobre o nariz, além de um sensor IR que fica alocado a frente do nariz em um pequena torre giratória, que fornece uma visão progressiva ao piloto em ambientes noturnos e em más condições climáticas. Abaixo do nariz fica posicionado a torre OtobredaTM 197B equipada com o canhão General Dynamics M197 de 20 mm com três canos tipo gatling

Para a detecção, identificação e designação de alvos o A-129 I foi equipado com o sistema HIRNS, que é composto por um sistema FLIR de 2º geração, uma câmera CCD TV que substituiu o sistema de mira telescópica TSU (Telescópica Sight Unit), um sistema de telêmetro laser e um designador laser, que são montados em uma torre giratória sobre o nariz e um sensor IR que fica alocado a frente do nariz em um pequena torre giratória, que fornece uma visão progressiva ao piloto em ambientes noturnos e em mas condições climáticas. Este sensor é integrado ao sistema de mira montado no capacete IHADS (integrated helmet and display sighting system), que direciona o sensor IR para onde o piloto estiver olhando, transmitindo as imagens diretamente para um monodiplay no capacete do mesmo. Este sistema de mira montada no capacete também permite apontar automaticamente o canhão para onde o copiloto-artilheiro estiver olhando.
O A-129 I também pode ser equipado com um sistema de mira montado no mastro, para fornecer pontaria sem o vetor se expor as defesas inimigas, se escondendo atrás das copas das arvores, imperfeições do solo ou construções, expondo apenas o sistema de mira, que é composto por um telêmetro laser e um designador lazer, que informa ao sistema de armas a distancia e o posicionamento do alvo.

No que se diz a contramedidas o A-129 I recebeu uma completa suíte de contramedidas eletrônicas e descartáveis composta por um sistema de alerta de radar RWR (Radar Warning receiver) Elettronica ELT-156, sistema de alerta de laser LES (laser warning systen) BAE RALM-101, sistema de jammer EM Elettronica ELT-554, sistema de jammer IR BAE Systems IEWS AN/ALQ-144A e dispensadores de Chaff e Flare.

O A-129 I é propulsado por duas turbinas Rolls Royce LHTEC T800-LHT-802 que possuem uma potencia máxima unitária de 1608 HP, que podem ser equipadas com um supressor IR nos escapes, que resfria e direciona o fluxo das turbinas para longe da estrutura da aeronave, reduzindo sua assinatura IR, o que juntamente com seu conjunto de contramedidas eletrônicas e sua blindagem dão uma boa capacidade de sobrevivência e este vetor

O A-129 I é propulsado por duas turbinas Rolls Royce LHTEC T800-LHT-802 que possuem uma potencia máxima unitária de 1608 HP, que juntamente com o baixo peso do vetor o possibilita a transportar 1200 kg de armamentos externamente, atingir a velocidade máxima de 302 km/h, ter uma razão de subida de 612 m/minuto e efetuar manobras de até 3Gs.

A versão A-129 CBT (Combate) é a versão atualizada para o exército italiano, que incorpora os mesmos avanços da versão A-129 internacional, com a exceção da integração dos novos avionicos e motorização, onde os avionicos foram modernizados e a motorização foi mantida como a original, com os Rolls Royce Gem 2-1004D que possuem uma potencia máxima unitária de 1120 HP. Em janeiro de 2002, a Agusta-Westland foi contratada para modernizar todos os 45 A-129 A para o padrão A-129 CBT, substituindo o conjunto de rotores de 4 pás pelas novos de cinco pás, novos hélices para os rotores de cauda construidas em materiais compostos, nova transmissão reforçada, fuselagem reforçada, modernização dos sistemas de armas, integração da torre OtobredaTM 197B, modernização dos avionicos e suíte de contramedidas, integração do sistema de navegação por satélite GPS e inercial.

A versão A-129 CBT (Combate) é a versão atualizada para o exército italiano, que incorpora os mesmos avanços da versão A-129 internacional, com a exceção da integração dos novos avionicos e motorização, onde os avionicos foram modernizados e a motorização foi mantida como a original

O A-129 I possui uma boa diversidade de armamentos, no cério ar-superfície o A-129 I pode ser equipado com os PODs de foguetes Hydra 70 de70 mm com 19 foguetes ou SNIA BPD 81 mm Medusa de 81 milímetros com 7 foguetes e os misseis BGM-71D TOW-2 que possui um alcance máximo de 3,750 metros. Outro míssil ar-superfície que pode equipar o A-129 I é o Spike-ER, que possui um alcance máximo de 8 km, mas o mais poderoso míssil ar-superfície do A-129 I é o AGM-114 Longbow Hellfire, que também possui um alcance máximo de 8 km. Para o combate ar-ar o A-129 I pode ser equipado com os mísseis MBDA Mistral e FIM-92 Stinger RMP. O A-129 I é equipado com uma torre OtobredaTM 197B equipada com o canhão General Dynamics M197 de 20 mm com três canos tipo gatling, com capacidade de 500 munições.

O A-129 I pode transportar 1200 kg de carga externa em suas 4 estações de armamentos


FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima:302 Km/h
Velocidade de cruzeiro:278Km/h
Raio de ação/Alcance máximo:561 km / 1000km (1200 com tanques externos)
Taxa de subida:612 m/min.
Fator de carga: +3 Gs
Altitude máxima:6096 m
Empuxo: 2 X Rolls Royce LHTEC T800-LHT-802 com 1608 HP cada.
Dimensões
Comprimento:12,62 m
Altura:3,4 m
Diâmetro do rotor:11,9 m
Peso vazio:3220 kg
Peso máximo de decolagem:5100 kg

ARMAMENTO
Mísseis Ar-Ar: FIM-92 Stinger RMP e MBDA Mistral
Mísseis Ar-Superfície: BGM-71D TOW-2 , Spike-ER, AGM114 Hellfire., Foguetes: Hydra 70 e SNIA BPD 81 mm Medusa.
Interno: 1x Dynamics M197 de 20 mm com 500 munições.


Abaixo um vídeo de demonstração do A-129 Internacional


2 comentários:

  1. Isso ai Welington, como sempre um ótimo trabalho!!

    Eu pessoalmente prefiro este ai a um Apache, creio que seja melhor para o EB, e teríamos menos possibilidades de embargo... certo nem tudo é italiano, mas seria uma base perfeita para um nosso produto nacional.

    O mais interessante é que não precisa de milhares de unidades fabricadas para dar uma escala ao país, eles conseguem manter todo o aparato com estas poucas centenas ai... perfeito para nós!

    Valeu !!

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  2. Muito obrigado Francoorp!!!
    Sim Francoorp é verdade, eles conseguem uma boa escala de manutenção com poucas unidades graças à simplicidade de manutenção do vetor e a boa durabilidade de seus componentes, o que reduz substancialmente os custos de manutenção, sendo um fator muito interessante para uma nação com baixos orçamentos militares como o Brasil.
    O exercito Italiano é o único operador do A-129, contando incialmente com 45 unidades da versão A-129 A, que em janeiro de 2002 foram modernizadas para o padrão A-129 CBT. A partir de 2007 o exercito Italiano começou a receber os 15 novos vetores de fabrica no padrão A-129 CBT, totalizando assim as 60 unidades adquiridas, porem a versão A-129 Internacional em si não foi comercializada a nenhuma nação, porem serviu de base direta para o T-129 da Turquia.
    O T-129 é um desenvolvimento da TAI (Turkish Aerospace Industries), sendo desenvolvido a partir do T-129 Internacional, porem a responsabilidade do desenvolvimento e produção é de responsabilidade da TAI tendo a AgustaWestland como parceira principal, assim como ocorreu com o desenvolvimento e produção do Mitsubishi F-2 com a MHI (Mitsubishi Heavy Industries) e a Lockheed Martin.
    O T-129 será alvo de uma matéria futuramente.
    Francoorp tenha por base o T-129, que será construído na Turquia e teve o desenvolvimento realizado lá com o apoio italiano, poderíamos desenvolver os avionicos nacionais e utilizar os sensores Turcos, seria uma boa opção.
    Um grande abraço Francoorp...

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