segunda-feira, 29 de março de 2010



O Mitsubishi F-2 é uma aeronave multifuncional de 4º geração desenvolvida para substituir os Mitsubishi F-1 e para servir de veiculo de desenvolvimento para a indústria aeronáutica local, com a produção sendo realizada na proporção de 60% pelos Japoneses e 40% pelos americanos.
O Mitsubishi F-2 é uma aeronave de combate desenvolvida e fabricada pela MHI (Mitsubishi Heavy Industries) e a Lockheed Martin para a força aérea Japonesa. O F-2 foi desenvolvido a parir do Lockheed Martin F-16 C/D block 40, porem o F-2 possui uma asa com uma área 25% maior e com um novo design, o que permitiu a substituição de 2 pontos fixos exclusivos para o transporte de mísseis ar-ar por uma nova estação capaz de transportar armamentos pesados, o estabilizador vertical também é maior, os tailerons são maiores e possuem um desenho diferente, o nariz é mais longo e mais largo, a entrada de ar do motor é maior, o canopy é composto por três partes em vez de duas no F-16, o F-2 é 49 centímetros mais comprido, o que possibilitou a incorporação de tanques de combustível adicionais, também houve uma grande utilização de materiais compostos que auxiliaram na redução do peso e da assinatura de radar da aeronave, outra medida para a redução do RCS da aeronave é larga utilização de materiais RAM absorventes, que foram aplicados no radome, asas e arestas de admissão do motor, outra modificação foi a incorporação de um para quedas de frenagem e um canopy com dupla cobertura para resistir a impactos de aves grandes. O custo básico aproximado do Mitsubishi F-2 é de 110 milhões de dólares.

O Mitsubishi F-2 é uma aeronave de combate desenvolvida e fabricada conjuntamente pela japonesa MHI (Mitsubishi Heavy Industries) e a americana Lockheed Martin para a força aérea Japonesa, marcando o primeiro programa de desenvolvimento bélico conjunto entre o Japão e os Estados Unidos

O FS-X (Fighter Support Experimental) foi iniciado em 1980 com estudos secretos sendo realizados pela TRDI (Technical Research and Development Institute) para a seleção das opções para um desenvolvimento local de um novo vetor para a força aérea japonesa, onde os pré-requisitos eram para um caça bombardeiro avançado com alta capacidade de manobra e com longo alcance, para atender as exigências da JASDF (Japan Air Self-Defense Force).
Em outubro de 1985 o ministério da defesa japonês começou a considerar três opções de desenvolvimento para o FS-X, o desenvolvimento interno de um novo vetor, a adoção de um modelo existente em uma versão nacionalizada, ou a adoção de um modelo estrangeiro.
No mesmo ano a TRDI declarou que com a exceção do motor, a indústria aeronáutica japonesa possuía capacidade para desenvolver um caça avançado em solo nacional por cerca de 1 bilhão de dólares.
Mas, ao final de 1986, após consulta do governo japonês e muita pressão dos Estados Unidos, decidiu se considerar um acordo de co-produção com os Estados Unidos.
Em 1987 o governo japonês e a JASDF (Japan Air Self-Defense Force) anunciaram que iriam desenvolver em conjunto com os EUA uma versão derivada do F-16C/D denominada FS-X.
Em 1988 a MHI (Mitsubishi Heavy Industries) foi selecionada como contratante principal para o desenvolvimento e construção da aeronave. O programa foi lançado em 1988 com a assinatura de um memorando de entendimento entre os governos do Japão e dos EUA, marcando o primeiro programa de desenvolvimento bélico conjunto entre o Japão e os Estados Unidos. Neste ano a aeronave foi denominada F-2.

Com o acordo firmado o mesmo foi duramente criticado por membros do congresso americano, preocupados com a perda de tecnologias chaves para um possível concorrente, que poderia ameaçar sua supremacia tecnológica, alem dos riscos de comercialização das tecnologias repassadas sem a autorização dos EUA. Como resultado da controvérsia em 1989 os EUA exigiram e obtiveram uma revisão do acordo limitando a transferência tecnológica e especificando que as empresas americanas envolvidas seriam responsáveis por 40% da produção ao do vetor. Ficou decidido que o FS-X iria incorporar 5 tecnologias desenvolvidas pelo Japão como radar AESA, sistema de guerra eletrônica integrada, sistema de navegação inercial,hardware de missão e materiais RAM absorventes. Outro desenvolvimento seria de uma asa construída em materiais compostos.
Em agosto de 1989 o programa FS-X sofreu um impasse durante as negociações de transferência tecnológica, utilização da tecnologia e pagamento pela tecnologia japonesa, durante este período o governo americano suspendeu a transferência tecnológica para o Japão, porem estas complicações “administrativas” foram resolvidas em fevereiro de 1990 quando os dois governos assinaram um acordo detalhando as questões sobre a transferência tecnológica Japonesa para os EUA.

O primeiro protótipo para ensaios de vôo do FS-X (63-0001 JASDF) realizou seu primeiro vôo em 7 de outubro de 1995, nas instalações da Mitsubishi teste Nagoya, concluindo com sucesso seu primeiro vôo que teve uma duração de 38 minutos

A produção dos protótipos do FS-X se iniciou em abril de 1993, o primeiro dos quatro protótipos de ensaio de vôo (63-0001 JASDF) saiu da "Mitsubishi Heavy Industries South Komaki Plant" no Japão em 12 de janeiro de 1995, sendo entregue a JASDF em Março de 1995, e efetuando o seu primeiro vôo em 7 de outubro de 1995, nas instalações da Mitsubishi teste Nagoya, concluindo com sucesso seu primeiro vôo que teve uma duração de 38 minutos. O programa de desenvolvimento do FS-X envolveu 4 protótipos (2 XF-2A mono posto e 2 XF-2B bi posto) para os ensaios de vôo e mais dois protótipos para os ensaios estáticos e de fadiga em solo. Os ensaios de vôo dos protótipos foram concluídos com sucesso em 1997, iniciando a produção do vetor em 1998.

Foi acordado que o FS-X iria incorporar 5 tecnologias desenvolvidas pelo Japão como radar AESA, sistema de guerra eletrônica integrada, sistema de navegação inercial,hardware de missão e materiais RAM absorventes, pois os EUA não iriam repassar tais tecnologias para o Japão pelos riscos de concorrência comercial e da possibilidade destas tecnologias serem repassadas a terceiros sem a autorização americana.

O custo do desenvolvimento do F-2 se mostrou perturbador chegando a 5 bilhões de dólares, extremamente elevado considerando se que o F-2 é uma aeronave derivada de uma já existente, o que era para reduzir significadamente os custos de desenvolvimento. O preço unitário do F-2 é mais de três vezes maior do que um F-16C Block 50, graças aos atrasos no desenvolvimento e as elevadas taxas cobradas pelas tecnologias repassadas pelos americanos o custo unitário do F-2 saltou dos projetados 8 bilhões de ienes (72,4 milhões dólares) para 12 bilhões de ienes(108,6 milhões de dólares), o mesmo valor pago por aeronaves de alto desempenho como F-15 E.
Em agosto de 2004, foi comunicado que o Japão pretendia interromper a aquisição dos caças F-2, após uma revisão do programa realizado pelo ministério da defesa japonês, que concluiu que o F-2 foi o menor custo benefício de todas as opções disponíveis, antes estudadas. Nessa altura, apenas 76 das aeronaves estavam em operação ou em construção. A avaliação concluiu também que, enquanto o F-15 poderia ser facilmente atualizado pelo grande espaço interno, no F-2 há pouco espaço para futuras modernizações do vetor, o que também prejudicou o vetor na avaliação.
Em 1995 o governo japonês e Americano acreditavam que o Japão iria produzir 141 aeronaves, que logo foi reduzida para 130 no mesmo ano, em 2004 foram reduzidas para 98 e em 2008 para 94 vetores.

O custo do desenvolvimento do F-2 se mostrou perturbador chegando a 5 bilhões de dólares, extremamente elevado considerando se que o F-2 é uma aeronave derivada de uma já existente, o que era para reduzir significadamente os custos de desenvolvimento. O preço unitário do F-2 é mais de três vezes maior do que um F-16C Block 50, graças aos atrasos no desenvolvimento e as elevadas taxas cobradas pelas tecnologias repassadas pelos americanos

Grande parte da avionica do F-2 é de origem japonesa, visando à redução da dependência direta dos americanos e para o desenvolvimento da indústria local, porem um desenvolvimento em particular não foi opcional, os EUA se recusaram a liberar os códigos fonte do sistema fly by wire do F-16, obrigando aos japoneses a desenvolverem seu próprio sistema fly by wire, que foi baseado no sistema de controle testado no treinador Mitsubishi T-2 na década de 80.

O F-2 é equipado com o radar J/APG-1 da Mitsubishi Electric Corporation (Melco), que possui 800 módulos transceptores de 3W cada, o que confere um alcance de cerca de 100km.

A motorização escolhida para o F-2 é uma das utilizadas pelo F-16 C/D, o General Electric F110-GE-129 com 76 kN de potencia a seco e 131 kN com pós-combustão, o que lhe confere uma relação peso potencia de 0.89.

A motorização utilizada no F-2 é uma das utilizadas pelo F-16 C/D, o General Electric F110-GE-129 com 76 kN de potencia a seco e 131 kN com pós-combustão, o que lhe confere uma relação peso potencia de 0.89.

O armamento ar-ar do F-2 é composto no cenário BVR pelo míssil AAM-4 (Type 99), que é baseado no míssil norte americano AIM-120 AMRAAM e que possui um alcance máximo de 100 km, no cenário WVR o F-2 pode ser equipado com os mísseis de fabricação local AAM-3 (Type 90) com um alcance máximo de 13 km, ou o míssil AAM-5 (Type 04) com um alcance máximo de 35 km. O armamento ar-superfície do F-2 é composto pelo míssil antinavio ASM-1 (Type 80) com um alcance máximo de 50 km, ASM-2 (Type 93) com um alcance máximo de 100 km/180 km dependendo da ogiva utilizada, e o mais novo e letal membro da família o ASM-3, um novíssimo míssil movido por um sistema de propulsão ramjet, que lhe confere um alcance máximo de 200km, este míssil conta com um sistema de guiagem dupla por infravermelho e radar, o que lhe confere uma alta resistência a contramedidas eletrônicas e descartáveis (Chaff e Flare). Este míssil é uma arma extremamente letal pela sua velocidade supersônica, seu longo alcance e furtividade, conseguida com a larga utilização de materiais compostos e RAM absorventes. O armamento ar-terra é composto pelo míssil AGM-65 B Maverik com 27 km de alcance, lançadores de foguetes, bombas de queda livre MK-82/83/84, bombas de fragmentação GBU-87 e bombas guiadas por GPS JADAM. O canhão utilizado por este vetor é o M61A1 Vulcan de 20 milímetros, este canhão possui uma cadencia de tiro de 6000 tiros por minuto e uma capacidade para 511 munições.

O F-2 foi desenvolvido a parir do Lockheed Martin F-16 C/D block 40, porem o F-2 possui uma asa com uma área 25% maior e com um novo design, o que permitiu a substituição de 2 pontos fixos exclusivos para o transporte de mísseis ar-ar por uma nova estação capaz de transportar armamentos pesados, o estabilizador vertical também é maior, os tailerons são maiores e possuem um desenho diferente, o nariz é mais longo e mais largo, a entrada de ar do motor é maior, o canopy é composto por três partes em vez de duas no F-16, o F-2 é 49 centímetros mais comprido, o que possibilitou a incorporação de tanques de combustível adicionais, também houve uma grande utilização de materiais compostos que auxiliaram na redução do peso e da assinatura de radar da aeronave.

FICHA TÉCNICA
Velocidade máxima: Mach 2.0
Razão de subida: 15.240m/min
Potencia: 0.89
Fator de carga: 9Gs
Taxa de giro:24º/s
Raio de ação/ alcance:834 km/ 1668 km
Alcance do Radar: 100 km
Empuxo: 1 X General Electric F110-GE-129 com 76 kN de potencia a seco e 131 kN com pós-combustão

DIMENSÕES
Comprimento:15,52 m
Envergadura:11,13 m
Altura:4,96m
Peso vazio: 9.525 kg (F-2A) e 9.635 kg (F-2B)
Peso máximo de decolagem: 22.100Kg

ARMAMENTO
Mísseis ar-ar: WVR AAM-3 (Type 90), AAM -5 (Type 04), AIM-9L Sidewinder, BVR AAM-4 (Type 99), AIM-7 F/M Sparrow
Ar-Superfície: Míssil antinavio ASM-1 (Type 80), ASM-2 (Type 93), ASM-3, míssil ar-terra AGM-65 B Maverik, lançadores de foguetes.
Bombas: MK-82/83/84, GBU-87, JDAM
Interno: Um canhão M61A1 Vulcan de 20 milímetros

Capacidade de carga/armamento: 9.000 kg de carga distribuídas em 11 pontos duros (2 nas pontas das assas para mísseis ar-ar, 6 sob as asas e 3 sob a fuselagem, sendo que as duas estações frontais são exclusivas para o transporte de PODs). O F-2 pode ser equipado com 3 tanques externos (2 com capacidade para 2.270 litros sob as asas e 1 com capacidade para 1.135 litros sob a sessão ventral).


Abaixo um vídeo de demonstração do Mitsubishi F-2

3 comentários:

  1. Muito boa a matéria, eu estou aprendendo bastante nesse blog, agora Welington, pela sua experiência como você avalia a história desse caça? Digo, porque é uma importante fonte para extrapolação de alguma noticias referentes ao FX-2, por exemplo achei bem dura a reação dos EUA em ceder parte das tecnologias mesmo o Japão atual sendo unha e carne com eles, o que reflete no pacote oferecido ao Brasil no FX-2 pela Boing e o comgresso americano dizendo que transferirá a "tecnologia necessária", mas necessária para quem, é preciso perguntar e outro fato interessante que extrai do artigo é o custo muito elevado do vetor, em relação as outras aeronaves do oriente o valor é muito alto, ainda mais se considerarmos que foi derivado de um avião ja existente, o que para mim pode ser aplicado no FX-2 no caso do Gripen NG oferecido pela Suécia como de baixo custo e risco para o Brasil e com valores fixos, o que claramente não é corroborado pela história, abraços.

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  2. Agora eu lendo novamente notei que a carga paga do avião é 9000 kg, queria saber como um avião monomotor desses leva a mesma carga que um Rafale, Sukhoi e Eurofighter, sendo que o F-16 leva de carga paga algo entorno de 5500 kg, por acaso seria esses 9000 kg de carga bruta sem contar o combustível? abraços.

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  3. Comentário: 1 de abril de 2010 07:35 (Repostei o mesmo, pois tinha postado sem revisar, como consequência ficou com um pequeno trecho repetido, que poderia confundir o leitor pela duplicidade, desde já peço desculpas).
    Muito obrigado Ronaldosamurai, este é o intuito do BLOG.
    Ronaldosamurai na minha opinião a historia deste vetor é muito interessante visto que a pesar de complexa tem dois lados bem distintos que marcam a mesma. O F-2 teve um desenvolvimento um pouco conturbado pelo receio dos Americanos (Senado) de transferir tecnologias sensíveis para um possível futuro concorrente, e pelo receio de suas tecnologias serem comercializadas a terceiros sem a autorização americana. Estes pontos tiveram como consequência uma revisão no acordo que definiu que o Japão seria responsável por desenvolver algumas tecnologias sensíveis que os EUA não iriam repassar aos mesmos, como radar AESA, sistema de navegação inercial, ETC., Com isto os EUA não teriam que repassar estas tecnologias e o Japão se desenvolveria com uma significativa autonomia no setor, porem este desenvolvimento com o auxilio americano custou muito caro, elevando os custos de desenvolvimento e do vetor. Com base nos resultados finais em minha opinião o desenvolvimento do F-2 em parceria com os EUA foi um excelente negocio para o Japão, mesmo com os elevados custos dos projeto, pois com este vetor o Japão adquiriu vários novos conhecimentos, principalmente no que se diz a sensores, computadores de missão, softwares de controle, materiais RAM absorventes e materiais compostos, que são fundamentais para o desenvolvimento de aeronaves de 5º geração, desta forma caso o Japão decida desenvolver e construir uma aeronave de 5º geração sozinha a mesma é totalmente capaz de tal feito com a exceção da motorização.
    Ronaldosamurai definitivamente os EUA não transferem tecnologias sensíveis em larga escala a ninguém, nem a seus parceiros mais próximos, o que de certa forma é correto, porem os prejudica em concorrências internacionais como o FX2 e o MRCA onde a transferência tecnológica é fundamental.
    Como bem explanado por você o mesmo pode se aplicar ao Gripen NG, porem não vejo a questão dos custos de desenvolvimento como um problema para o Brasil, pois o desenvolvimento é totalmente financiado pelo governo sueco, ou seja o Brasil não seria um investidor de risco, mas com uma grande elevação nos custos os mesmos refletiriam em um aumento no custo unitário do vetor, mas pelo estado atual do programa, não creio que ocorra em larga escala. Um ponto que me preocupa mais é o tempo de desenvolvimento, onde o Gripen NG poderia sofrer com atrasos, mas acredito que pelo estagio atual de desenvolvimento do programa não creio que ocorra atrasos significativos.
    A Capacidade de carga/armamento externa do F-16 E/F Block 60/62 é de 7.700 kg, no caso do F-2 o mesmo teve como objetivo elevar suas capacidades de carga para elevar sua letalidade, para isto os engenheiros redesenharam, reforçaram e aumentaram as dimensões das asas do vetor a fim de elevar sua sustentação aerodinâmica e resistência estrutural, que juntamente com seu poderoso motor de 131 kN proporciona uma maior capacidade de transporte de armas, tanques externos e PODs ao F-2.
    A carga máxima externa compreende o canhão interno, munição, pilones de transporte externos, tanques de combustível externos e os armamentos externos. No caso do Rafale a carga máxima externa é de 9.500kg.
    A exemplo o monoreator medio leve Gripen NG possui uma capacidade de carga de 6.000kg, mesmo com suas pequenas dimensões físicas, isto graças a sua elevada potencia de seu motor.
    Um grande abraço Ronaldosamurai...

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